quarta-feira, 16 de junho de 2010

Perspectivas da crise econômica no Continente Africano

A crise econômica que se iniciou nos Estados Unidos e assolou quase todos os países, também gerou fortes impactos no continente africano. Os efeitos inicias dessa crise foram percebidos do comércio devido à uma queda nos preços das matérias-primas (minerais e não minerais) e à descida acentuada da procura por parte dos países desenvolvidos.

Nesse sentido, torna-se notório que muitas indústrias de exportação da África correm o risco de desaparecer. Assim como as receitas enviadas pelos trabalhadores, o financiamento do comércio e o investimento direto estrangeiro venham a sofrer uma diminuição drástica, colocando seriamente em risco a sustentabilidade da balança de pagamentos.

A fim de reverter esse quadro, os governos devem promover o crescimento doméstico através de um maior investimento e consumo doméstico. Uma solução eficaz consiste em adotar políticas fiscais sustentáveis que aumentem as receitas governamentais e que criem um ambiente atraente para o investimento.

Nesse contexto, Entre os dias 10 e 12 de junho, ocorreu na Cidade do Cabo (África do Sul) o Fórum Ecônomico para a África. Os representantes dos países africanos comprometeram-se a somar esforços em manutenção da estabilidade e segurança no continente para que a desaceleração do crescimento econômico não leve, no longo prazo, à perda das conquistas sociais obtidas na última década.

É oportuno reiterar que Kofi Annan, ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no lançamento do Relatório Anual do Painel de Progresso da África (APP, sigla em inglês), aconselhou os líderes africanos para que transformem a atual crise econômica em oportunidades para o continente. Foi enfatizada a idéia de que a África deve fundamentar sua agenda de desenvolvimento em parcerias e no compartilhamento de responsabilidades. De modo que é notório que o continente ainda necessita de investimentos em infra-estrutura, energias renováveis, agricultura e comunicação para poder gerar empregos e intensificar o comércio, criando novos mercados. Destaca-se, assim, a necessidade de assistência imediata para manter os fluxos financeiros e a possibilidade de parcerias com países emergentes como Brasil, China e Índia.

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