quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Segunda Guerra Mundial e a África do Norte

1935- Invasão da Itália à Etiópia e a Fragilidade da Liga das Nações
Em meio ao contexto da Segunda Guerra Mundial, a Itália sob liderança de Benito Mussolini invade a região da Abissínia, atual Etiópia. No dia 03 de outubro de 1935 as tropas fascistas italianas implementam uma estratégia militar e partindo da Eritréia, na África Oriental, atacam o Reino da Etiópia.

Contudo, mesmo apresentando incrível superioridade militar e sendo detentores de equipamentos tecnologicamente modernos, os soldados italianos se depararam com uma forte resistência do povo etíope, o que desapontou Mussolini que desejava realizar uma rápida apropriação. Os soldados não contavam com esse movimento tenaz de resistência e para a contenção do movimento houve a utilização de armas químicas. É importante ressaltar que esse fato foi omisso nos noticiários italianos da época.

Esse período turbulento de intensa Guerra de agressão durou aproximadamente um ano e gerou um alto grau de morticínio, uma média de meio milhão de africanos foram mortos, em face de cerca de 5.000 baixas do lado italiano. Esse conflito explicitou a fragilidade da liga das nações, que foi criada em 1919 com o intuito primordial de evitar conlitos belicistas, nos quais potências mais bem preparadas se aproveitavam da fragilidade de outros Estados.

Cabe pontuar que Hailé Sélassie, o então imperador da Etiópia, realizou um protesto formal nas instâncias da Liga das Nações objetivando que algo fosse feito contra a invasão do seu reino africano pelas tropas da Itália fascista. Exaltando os princípios da Segurança Coletiva, Sélassie solicitou uma votação em que os delegados votariam a favor ou contra do reconhecimento da conquista do seu país pela Itália. Por quase unanimidade foi reconhecida a conquista da Itália ao Reino da Etiópia. Segue abaixo trecho do discurso proferido por Hailé Sélassie à Liga das Nações:

Hailé Sélassie suplica a intervenção por parte da Liga das Nações, mas não logra êxito:

“Eu, Hailé Sélassie, Imperador da Etiópia, estou aqui para reclamar justiça para com meu povo, bem como a assistência que há oito meses passados prometeram a ele, quando , na ocasião, 50 nações concordaram que uma agressão, violando os tratados internacionais, havia sido cometida contra ele. Não há precedente de um chefe de estado ter vindo falar nessa assembléia, como não há precedente de um povo ser vítima de tal injustiça, estando no presente abandonado e colocado em risco de vida por seu agressor. Igualmente nunca se viu o exemplo de um governo proceder ao sistemático extermínio de uma nação por meios bárbaros, violando as mais solenes promessas feitas pelas nações da terra de não usar contra seres humanos inocentes as injurias do gás venenoso. É para defender um povo que luta pela sua antiga independência que o chefe do Império Etíope veio até Genebra para cumprir com o seu dever, depois dele mesmo ter lutado no comando dos seus exércitos.

Peço a Deus Todo-Poderoso que ele poupe às nações do terrível sofrimento que recentemente infringiram ao meu povo, sofrimento que os que me acompanham aqui foram testemunhas horrorizadas. É meu dever informar aos governos reunidos em Genebra da responsabilidade que eles têm sobre as vidas de milhões de homens, mulheres e crianças, do perigo mortal a que eles estão submetidos, descrevendo aqui o destino que sofre a Etiópia. O governo italiano não faz a guerra somente contra os guerreiros, mas contra toda a população, ainda que afastada das hostilidades, com a intenção de aterrorizá-los e exterminá-los." (...)


1936- Surge o NYM “Nigerian Youth Movement”, primeiro partido político de massas na África

O Movimento surge sob a liderança de Ernest Ikoli, importante político defensor de ideais nacionalistas. A priori, o movimento se fez presente em Lagos, sendo denominado de LYM “Lagos Youth Movement”, contudo as preocupações políticas que eram abordadas foram ganhando novos adeptos e o movimento passou a tomar maiores proporções, passando a ser conhecido por NYM “Nigerian Youth Movement” a partir de 1936. O movimento se constituía como um grupo de ação política com um sabor nacionalista, tornando-se o primeiro partido político de massas na África.
A Segunda Guerra Mundial e os militantes em solo norte - africano.

Entre 13 de setembro de 1940 e 13 de maio de 1943 foram travadas as campanhas militares da Segunda Guerra Mundial no norte do continente africano. Essas campanhas foram simultaneamente importantes para os Aliados e para os países do Eixo. Cabe dizer que os países do Eixo objetivavam garantir e aumentar seu acesso ao petróleo, além de impedir que os Aliados conseguissem aquele combustível, e assim interromper o fluxo de recursos materiais e humanos das colônias britânicas na Ásia e na África para a Inglaterra.

Ademais, após sua derrota na Europa ocidental, no início de 1940, as campanhas no norte da África ofereceram aos Aliados a oportunidade de abrir uma nova frente contra os países do Eixo, diminuindo, dessa forma, a pressão alemã na frente oriental após a invasão nazista à União Soviética em junho de 1941. A campanha do norte da África teve três fases: a Campanha no Deserto Ocidental (oeste do Egito e leste da Líbia); a Operação Tocha (Argélia e Marrocos); e a campanha da Tunísia.

Ao longo de todas aquelas campanhas, os alemães e italianos tiveram aproximadamente 620.000 mortos, enquanto os ingleses perderam 220.000 homens, e as mortes norte-americanas na Tunísia foram de mais de 18.500 homens. A vitória dos Aliados na África do Norte destruiu em média 900.000 soldados alemães e italianos, abrindo uma segunda frente contra o Eixo. Com isso também foi possível a invasão da Sicília e da parte continental da Itália em meados de 1943, aniquilando a ameaça do Eixo aos campos de petróleo do Oriente Médio e às linhas de abastecimento para a Ásia e a África. É importante ressaltar que essa conjuntura foi indispensável para o desenvolver da II Grande Guerra.

Na década de 1940, os cinco territórios da costa norte Africana-- Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos - ainda eram colônias ou semi-colônias européias. Em 1914, a Inglaterra havia estabelecido oficialmente um protetorado no Egito e, apesar de conceder sua independência nominal ao sultão Fuad I, em 1922 a Inglaterra tomou o controle das políticas externas e de defesa militar daquele país, ocupando também as margens do Canal de Suez. Dessa forma, o controle britânico sobre o Egito foi reafirmado com o Tratado Anglo-Egípcio de 1936. Quanto à Itália, essa havia conquistado dos turcos suas províncias africanas de Cirenaica, Tripolitânia e Fezzan em 1911, unificando-as sob a denominação de Líbia no ano de 1934.

No tocante à França, essa havia estabelecido em 1881 um protetorado oficial na Tunísia. O Marrocos por sua vez, era governado por um sultão subordinado à Turquia, com o Tratado de Fez, em 1912, se tornou um protetorado francês; e na Tunísia, um Residente-Geral francês supervisionava o sultão e seu governo. A França iniciou a conquista da Argélia em 1830, e em 1940 o país tornou-se parte oficial da França, administrada primariamente por um governador-geral.
AFRIKA KORPS
A Guerra no Norte da África era quase totalmente uma campanha dos italianos, o que aborrecia muito Hitler. Daí, a necessidade fez-se fato: fora criada, sob as ordens de Rommel, a Sétima Divisão de Panzers (A Divisão Fantasma). A Força destinada à África era conhecida como "Deutsche Afrika Korps". Muitos dos homens do Afrika Korps eram acostumados à guerra, porém, desconheciam o que estava por vir: o deserto.
Para irem ao deserto, os soldados precisavam passar por um exame, que daria a eles o título de Certificado Médico de Aptidão para Serviço Tropical, porém, com a alta demanda por soldados, quase todo mundo passou direto, sendo muitas vezes tal certificado abandonado. Os uniformes foram feitos de acordo com o clima, os tecidos eram mais duros que couro e mais resistentes ao calor; os calçados tiveram que suportar as quedas bruscas de temperatura à noite; as garrafas de água eram maiores, usava-se muito óculos escuros.
Muitos percalços houveram na guerra no deserto. Os lubrificantes das parafernálias, quando em contato com a areia, tornavam-se inúteis. A temperatura dentro do tanque certas vezes chegavam à 70º centígrados!!
Não era comum ver tanques abandonados... muitos tanques britânicos foram pintados com o símbolo nazista. Com a chegada dos norte-americanos em 1942, foram capturados muitos tanques alemães e caminhões, uma grande desvantagem. Esses abandonos deram origem aos "cemitérios de veículos", e por causa deles, muitas batalhas começaram a ser travadas.
Referências Bibliográficas:
Campanha da Tunísia (1943)
Tunísia, 5 de janeiro de 19433: os Aliados dão início às operações anfíbias em áreas próximas à Sfax e atacam os alemães em Gafsa. No mesmo ano o "oitavo exército britânico" junto com forças norte-americanas imprensam as tropas alemãs lideradas por Erwin Rommel. Primeiramente, os Aliados foram derrotados, porém, como eram maiores em quantidade, avançaram novamente e em maio de 1943 a Sétima Divisão Britânica apoderaram-se de Túnis, capital da Tunísia e a Segunda Tropa do Exército Norte-americano tomou a última posse do Eixo: Bizerte.
Referências Bibliográficas:

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