terça-feira, 23 de março de 2010

Animosidades Bélicas

A Configuração de protetorados africanos teve origem no final do século XVIII. Em 1884, a Conferência de Berlim, organizada pelo Chanceler Bismarck, da Alemanha, constituiu-se na divisão colonial da África pelos países europeus. Essa divisão não utilizou critérios históricos nem étnicos para a ocupação das potências coloniais.


Nessa conferência estavam presentes Alemanha, Inglaterra, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, EUA, Suécia, Dinamarca, o Império Otomano e a Áustria-Hungria. Grande parte dos territórios do norte e sul ficou com a Inglaterra, sendo França o segundo país melhor beneficiado, principalmente na região norte. Já Portugal não obtivera o protetorado de muitos países, ficando com Angola e Moçambique, posteriormente ligadas para que assim, juntas, se tornassem mais ricas.


Diante do interesse inglês pela região, as tensões começaram a se configurar. Anunciaram que Portugal deveria renunciar a essa união para não sofrer retaliações da força militar britânica. Desse modo, Portugal desistira, pois não teria como enfrentar conflitos contra a Inglaterra. A Alemanha não teve tantos territórios quanto queria, contribuindo para as relações de instabilidade.


É importante relembrar a conjuntura da Conferência para compreender as teias de conflito que preconizaram a guerra. Durante a Primeira Guerra Mundial, período compreendido entre 1914 e 1919, a humanidade assistiu, atônita, a milhares de conflitos armados. No Norte Africano, essa conjuntura não foi diferente. Por ser uma área de protetorados europeus, as zonas de influência também entraram em conflito.


Na sua porção oriental, houve conflito generalizado entre a África Oriental Britânica juntamente com seus aliados e a África Oriental Alemã. Essas batalhas foram travadas nos territórios que hoje correspondem à Tanzânia, a Zâmbia, a Moçambique, a Ruanda, ao Burundi, ao Quênia, à Uganda e à República Democrática do Congo. Essa campanha começou em meados de 1914 e se estendeu a 1918. Territorialmente, a luta configurou-se, inicialmente, pelo protetorado alemão, mas se estendeu para os demais países supracitados.

As tropas alemãs foram coordenadas pelo general alemão Paul Emil Von Lettow Vorbeck. Paul liderou a única campanha colonial em que a Alemanha não foi derrotada. A vitória alemã foi estrategicamente elaborada. O Plano consistia em provocar o maior número de rendições de tropas britânicas no ocidente africano. Para Paul, o lado ocidental seria palco de batalhas coadjuvantes. Com essa estratégia, parte das tropas britânicas orientais se deslocou para o ocidente africano, corroborando para que a Alemanha fosse vencedora dessa série de batalhas.

Fonte:

http://notapositiva.com/pt/trbestbs/historia/12primguerrmund.htm

http://dannyreviews.com/h/First_World_War_Africa.html

http://www.firstworldwar.com/bio/lettowvorbeck.htm




segunda-feira, 22 de março de 2010

Chá das 23h: Canibalismo

Antigamente, para os egípcios, o leopardo era estimado por seu aspecto de divindidade e associado ao deus Osíris, juiz dos mortos, enquanto que para muitos africanos o leopardo é um animal-totem muito poderoso que guia os espíritos dos mortos ao seu descanço. Então, por vários séculos houve uma seita-leopardo na África Ocidental, mais precisamente na Nigéria e em Serra Leoa, onde seus membros matam como matam os leopardos, cortando sua presa humana à garras de aço e facas, para mais tarde beberem durante suas cerimônias o sangue e comer a carne da presa. Os iniciantes dessa seita, aspirando tornar-se membro efetivo, devem voltar da incursão noturna com uma garrafa cheia de sangue de uma possível presa humana para posteriormente beber na presença do grupo. Os membros dessa seita acreditam que há um elixir mágico, chamado borfima, no intestino da vítima, que lhes concede poderes sobre-humanos fazendo com que passem de ser seres humanos para serem leopardos. Um surto intenso de cultos dessa seita tomaram lugar logo após a Primeira Guerra Mundial, pois era acreditado que o culto tinha sido suprimido pelos brancos da região, ademais, muitos dos membros foram capturados e/ou executados. Assim, os homens-leopardo entraram na clandestinidade e passaram a praticar suas caças às escondidas, e por isso, não com tanta freqüência quanto um dia foi feita. Em 1946 foi registraado 48 casos de homicídio e tentativas de homicídio advindas do culto do leopardo, bem como foi conhecido que os homens-leopardo agora dirigiam a maioria de seus ataques aos homens brancos - talvez uma tentativa de convencimento da população nativa de que os homens-leopardo não tinham medo dos homens branco. Em meados de 1947, um chefe de distrito descobriu no leste da Nigéria 13 presas enterradas perto da casa de um chefe da seita leopardo, Nagogo, mais máscaras e peles de leopardo. Tal chefe fora encaminhado a uma prisão enquanto aguardava seu julgamento. Wilson, por haver descoberto essas 13 vítimas, foi encaminhado para a missão de acabar com a seita dos homens-leopardo e seu reino de terror que assustava a população local. Ainda assim, mesmo com o aumento de 200 oficiais, houveram várias pessoas que morreram como presas, inclusive durante o dia (mesmo que a maioria dos ataques fossem à noite), o que fez com que a população local desacreditasse nos esforços policiais e começassem a acreditar que os homens-leopardo tinha mesmo poderes sobre-humanos. Enfim, quando Wilson um dia fora atacado por um homem-leopardo com suas garras de ferro, Wilson atirou justamente no peito do agressr, e, como haviam testemunhas, isso de super-poderes foi desacreditado. Logo, cresceram rapidamente o número de testemunhas e o santuário da seita foi descoberto na selva, escondido em uma grande rocha.Em fevereiro de 1948, 73 membros foram indiciados e levados à prisão, alguns foram executados - dando a certeza de que os homens-leopardo não eram imortais que sumiam nas sombras. Curiosamente, apenas um mês antes dos julgamentos, três mulheres e quatro homens foram executados na Nigéria por causa da matança de de mais de 40 nativos; esse grupo trajava peles de leões e deixaram em suas vítimas marcas de garras...
Fonte: http://www.unexplainedstuff.com/Secret-Societies/The-Leopard-Men.html. Último acesso em 23 de março de 2010, às 02h18.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Marrocos em crise!

O século XX é um período extremamente histórico. O imperialismo transformou a África e a Ásia em áreas de disputas coloniais. Esses impasses criados pelos interesses capitalistas, nacionalistas e imperialistas conduziram o mundo à Primeira Guerra Mundial.

O período anterior à Primeira Guerra Mundial foi caracterizado pelo envolvimento das potências imperialistas européias em conflitos. Era a luta pelo controle das matérias-primas e dos mercados mundiais, principalmente, sobre os territórios Afro-Asiáticos, o grande motor dessa guerra.

O território do norte africano, nos precedentes da guerra, era compostos por protetorados europeus, sendo alvos das disputas imperialistas. A crise do Marrocos foi um grande expoente dessa luta pelo território africano.

A Questão Marroquina envolveu diretamente a França, a Inglaterra e a Alemanha. Essa disputa colonial marginalizou a Alemanha, em 1880, na Convenção de Madri. Essa estabeleceu que os direitos de exploração dos alemães seriam suprimidos . O acordo franco-britânico de 1904 reconhecia os interesses ingleses no Egito e a dominação francesa no Marrocos. Em 1905, o Kaiser Guilherme II, imperador alemão, desembarcou em Tânger, no Marrocos, com o objetivo de impor um impasse à França e à Inglaterra ao alegar que preservaria a independência do Marrocos.

A Questão Marroquina foi resolvida em 1906, na Conferência de Algeciras, na qual reconheceram os interesses franceses e alemães naquele país. Contudo, em 1908, em Casablanca, e em 1911, em Agadir, houve uma nova negociação entre as partes. O Congo francês seria concedido à Alemanha em contrapartida, deveriam abandonar os seus interesses sobre a exploração marroquina. Mesmo diante de um acordo, os alemães ficaram insatisfeitos ao alegarem que a compensação havia sido inferior. Já os franceses ficaram inconformados ao cederem uma área colonial. Essa crise abalou, de certa forma, as relações diplomáticas.


Referências Bibliográficas

AQUINO, Rubim Santos Leal de. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 2007.

MAGNOLI, Demétrio (Org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2008.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 2006.