quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Norte da África tem Prêmio Nobel

O Prêmio Nobel é um prêmio entregue anualmente no dia 10 de dezembro, data em que é comemorado o aniversário da morte de Alfred Nobel. O Prêmio surgiu diante do testamento, que não tinha herdeiros diretos, de Alfred.

Ele era um químico sueco e inventor da dinamite, TNT. Insatisfeito com o uso militar dos explosivos que havia criado, decidiu premiar, com a sua herança, convertida em ações, de, aproximadamente, 32 milhões de coroas, moeda sueca, aqueles que utilizassem o conhecimento para o benefício da humanidade. Foi determinada, em seu testamento, a criação de uma instituição, a Fundação Nobel, firmada em 1900. São cinco campos de premiação: física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz.

Os países que compõem o norte africano estudados em nossas delimitações foram agraciados no total com seis Prêmios Nobel

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Albert Camus - Nobel de Literatura de 1957

Albert Camus nasceu no dia 7 de novembro de 1913, na Argélia. Viveu momentos que marcaram a fundamentação do seu pensamento como escritor. Viveu durante as Duas Grandes Guerras, com todas as suas mazelas miseráveis. Seu pai morreu, em 1914, quando tinha um ano de vida, lutando na Batalha de Marne, durante a Primeira Guerra. Mudou-se para a casa de sua avó materna, lá vivenciou um massacre de árabes na descolonização da Argélia. Depois viveu muitos anos na França, tornou-se jornalista, mas em 1947, passou a dedicar-se a ficção e ensaios. Buscava uma ordem moral nos seus escritos. Contestou a ausência de esperança em “O Mito de Sísifo”, publicado em 1942, e em “A Peste”, publicado em 1947. Ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1957.


Wole Soyinka – Nobel de Literatura de 1986

Wole Soyinka nasceu em 1934, na Nigéria. Foi universitário na Nigéria, contudo passou alguns anos na Inglaterra. Lá desenvolveu suas habilidades de dramaturgo. Voltou para a Nigéria para estudar o drama africano, lecionando, também, em diversas universidades. Durante a guerra civil nigeriana, foi preso acusado de conspiração por ter escrito um artigo que incentivava o cessar-fogo. Publicou cerca de vinte obras sobre drama, romance e poesia. É autor dramático das obras tais como: "O leão e a Pérola" (1959), "A dança na floresta" (1960). Romances como: "Os interpretes" (1965), "Aké, os anos da infância" (1981) e poema como "Idanre" (1967). A sua inspiração tem como base a cultura yorouba. Ele ganhou o prêmio Nobel em de Literatura 1986.


Naguib Mahfouz – Nobel de Literatura de 1988


Naguib Mahfouz nasceu em 1912, na cidade do Cairo, Egito. Era escritor. Foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1988. Sua obra mais célebre é “A passagem de Milagres”. Também escreveu uma trilogia romanesca: "Bayn al Qasrayn" (1956), "Qasr ach Chawq" (1957), " As sukka-riyah" (1957).



Muhammad Al Sadat – Nobel da Paz de 1978

Muhammad Anwar Al Sadat nasceu em 1918, no Egito. Foi um militar e política, chegou à presidência do Egito com o mandato de 1970 a 1981. Fez parte de movimentos nacionalistas egípcios, por isso foi feito prisioneiro. Participou do golpe que derrubou o rei Farouk do poder. Sucedeu Nasser como presidente. Vivenciou a guerra de Iom Kippur e a recuperação do Canal de Suez de Israel, em 1973. Mediou acordos com o Oriente Médio, marcando o primeiro reconhecimento do Egito em um país árabe. Promoveu esforços para a concretude do Tratado de Paz com Israel, em 1979, em Washington, nos EUA. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1978.


Wangari Muta Maathai -Nobel da Paz de 2004

Wangari Muta Maathai nasceu em 1940, no Quênia. É uma ativista do meio-ambiente. Lutou contra o regime opressivo no Quênia. Suaatitude política contra a opressão chamou atenção do mundo para a luta dos direitos democráticos, servindo de inspirações para muitos ativistas. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz e 2004, por contribuir com o desenvolvimento sustentável a favor da democracia e da paz. Foi a primeira mulher africana a ser agraciada com o Prêmio Nobel. Maathai causou impacto quando alegou, durante uma conferência à imprensa, que o vírus da AIDS era um produto criado pelo homem através da bioengenharia, e então lançado na África por cientistas ocidentais não-identificados como uma arma de destruição em massa para punir os negros.


Mohamed ElBaradei – Nobel da Paz de 2005

Mohamed ElBaradei nasceu em 1942, no Cairo, Egito. Ele é diplomata e foi premiado com um Prêmio Nobel da Paz em 2005, juntamente com a Agência Internacional de Energia Atômica, da qual é atual diretor-chefe. Estudou Direito e especializou-se em Direito Internacional. Iniciou a carreira diplomática no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito. Suas contribuições corroboraram nas negociações de paz durante a Guerra do Iraque, em 2005.


A primeira metade do século vinte foi o berço desses intelectuais. A África é rica de cultura, de arte e de conhecimento. Muitos a criticam por seus problemas sociais, políticos e econômicos, contudo é importante perceber que há países considerados superiores internacionalmente, nos âmbitos sociais, econômicos e políticos, mas não são agraciados com nenhum Prêmio Nobel, a exemplo do Brasil. É preciso descobrir a África, pois poucos são os veículos que mostram o tamanho do potencial africano, o que ela tem de melhor. Esses Prêmios representam as enormes contribuições africanas para a humanidade.


Referências Bibliográficas

http://www.africamania.com.pt/nobeliteratura.html

http://nobelprize.org/

http://www.morasha.com.br/conteudo/ed32/premio.htm

http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1957/camus-bio.html

http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1986/index.html

http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1986/soyinka-bio.html

http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/2005/index.html

http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/2004/index.html

http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1978/index.html

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A fé islã

Grande parte do povo norte - africano é adepto ao islamismo. É o segundo credo com mais seguidores no mundo, sendo o primeiro credo o cristianismo. O islamismo é uma religião monoteísta. Seus ensinamentos são baseados em Muhammad, que é conhecido pelos europeus como Maomé.

Apesar de haver constante conflito cognitivo diante dessas expressões, venho lembrar, que árabe diz respeito à uma etnia e islamismo a uma religião, portanto, apesar de o islamismo ter sido criada pelos árabes, nem todos os árabes são islâmicos, na mesma proporção que nem todos os islâmicos são árabes.

A religião surgiu na região da Arábia. Muitos também denominam a fé islâmica de mulçumana, termo maometano, contudo essa expressão não é bem aceita, na medida em que sugere devoção a Maomé e não a Allah, Deus em árabe.

Na imagem acima, há uma comunidade islâmica africana.

O termo islã pode ser designado para caracterizar povos que seguem o islamismo. Islã significa submeter-se aos ensinamentos de Allah. Sua etimologia tem origem árabe na palavra “salam” que significa paz e tolerância.

O livro sagrado do islamismo é o Alcorão, que está representado na imagem ao lado. Os princípios basilares são: onipotência de Allah, a bondade, generosidade e justiça. Há também outra fonte de doutrina: a Suna. Essa por sua vez é baseada nos ensinamentos de Muhammad (Maomé). O islamismo tem cinco mandamentos:
1. Professar a Allah e a Maomé, seu profeta
2. Orar cinco vezes ao dia virado pra Meca
3. Prestar caridade
4. Jejuar no Ramadã, nono mês do calendário mulçumano
5. Peregrinar à Meca

Os islâmicos se dividem em dois grupos: os sunitas e os xiitas. Os sunitas são a maioria, aproximadamente 85% dos adeptos, aceitam como guias qualquer islâmico proeminente. Já os xiitas são a minoria, aproximadamente 15% dos adeptos, acreditam que apenas os descendentes diretos de Muhammad podem ocupar cargos de autoridade. Apesar das pequenas diferenças doutrinárias, a contenda política é profunda.

A rápida expansão dos islâmicos pelo mundo deve-se, dentro outros motivos, ao processo de conversão que é bastante simples. É necessário, apenas que se faça uma espécie de juramento em árabe diante de testemunhas que se admite apenas Allah como divindade e Muhammad como seu profeta. Apesar da rápida conversão, a prática da fé exige disciplina e obediência.Na imagem ao lado, há um mapa que mostra as principais regiões de adeptos ao islamismo Somente no norte da África, há aproximadamente 30% de todos os islâmicos do mundo.

Há dentro do mundo islâmico, vertentes extremistas, porém essa é uma minoria, que utiliza a violência sob o argumento de garantir a sobrevivência do mundo islã. Para a esmagadora maioria de, aproximadamente, 1 bilhão de adeptos encontram nessa doutrina caminhos da paz e da tolerância.




Referências Bibliográficas
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/perguntas.html
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/contexto_antecedentes.html
http://www.brasilescola.com/religiao/islamismo.htm
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/contexto_perspectivas.html
http://liberdadeepensar.blogspot.com/2009/12/familiares-pressionam-crista-deixar-sua.html

O Egito luta por INDEPENDÊNCIA!


Desde a criação do canal de Suez, concluída em 1862, a influência européia tornou-se marcante na história do Egito. Em 1882, as forças britânicas ocupam o Egito, transformando-o em um protetorado.

Em 1906, houve um conflito entre soldados britânicos e egípcios em uma aldeia de Dinshaway. Inúmeras punições foram aplicadas aos moradores de Dinshaway, o que causou um sentimento de revolta contra os britânicos. Surgiu do incidente de Dinshaway, um movimento nacionalista que propunha independência, levando-os a aderir a uma posição contra a ocupação britânica no País.

Foram fundados os primeiros partidos políticos no Egito, o movimento nacionalista foi liderado por Saad Zaghlul (imagem ao lado), depois da Primeira Guerra Mundial. Porém, os britânicos exilaram Saad em Malta, em 1919, gerando muita insatisfação popular. Eclode a primeira revolta contra a ocupação britânica. Os levantes de nível nacional, obrigaram o Reino Unido a proclamar a independência, em 22 de fevereiro de 1922.

O Egito adota a monarquia, sob o reinado de Faud I. Em 1923, cria-se a constituição baseada num sistema parlamentarista representativo. Saad é eleito pelo voto popular para ocupar o cargo de primeiro ministro. A presença militar dos britânicos se estende até 1936, quando essa fica restrita ao canal de Suez. Esse acordo anglo-egípcio também garantia benefícios aos egípcios que ganhavam apoio britânico no tocante à segurança nacional.


Referências Bibliográficas

ABRL, Almanaque, 2009.

http://www.grandorientarabe.org/index.php?p=1_7_Iran-Turquie-Egypte

http://www.portaldointercambio.com.br/eventos/independencia-do-egito

http://cafehistoria.ning.com/photo/1980410:Photo:25368?context=user



O fim da Primeira Guerra na África

A História da Primeira Guerra na África é bastante marcante. Os europeus, diante de um contexto imperialista, lutaram para garantir a territorialidade de mercados influentes.

No período antecedente à guerra, de aproximadamente 1815-1870, a África já era tomada por algumas potências européias, a exemplo da França, do Império Turco Otomano, de Portugal, da Grã-Bretanha, da Espanha, da Bélgica, da Alemanha e da Itália. Contudo, próximo ao final da guerra, em 1917, a África estava totalmente tomada por áreas de influências européias. Essa configuração africana de 1917 pode ser vista no mapa abaixo.

A França, presente na África desde 1830, dominava a Argélia, Tunísia, o Marrocos, o Sudão, a Ilha de Madagascar e a Somália francesa. A Inglaterra realizou o domínio vertical do continente, desde o mediterrâneo, ao norte, até o Cabo da Boa Esperança, ao sul. A supremacia britânica foi fortalecida com o domínio do Canal de Suez, anteriormente dominado pela França e pelo Egito. ´

Benjamin Disraeli foi o ministro britânico responsável por esse domínio que facilitava o encontro europeu-africano, aproximando os centros industriais às áreas coloniais. O Canal foi área de grande disputa, passando a ser administrado duplamente por França e Inglaterra, mas o domínio britânico foi proeminente quando concedeu parte do Marrocos à França, em 1904, deixando o caminho livre para sua dominação.

Os conflitos entre a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança atingiram todas as colônias. Cada metro de território foi disputado pelas potências a custo de enormes perdas africanas. A destruição provocada pelo conflito espalhou-se por toda a África.

Com o final da Guerra, o Tratado de Paz de Versalhes, aplicou diversas sanções aos perdedores, principalmente, à Alemanha. Algumas diziam respeito diretamente ao território africano outrora dominado pela Alemanha. A França e a Inglaterra receberam da Liga das Nações todas as colônias alemãs na África.

Apesar da trágica crise que foi gerada pelo pós-guerra, diante dos incontáveis desastres materiais e das milhares de mortes de soldados africanos, os sobreviventes da guerra retornaram aos seus locais de origem com um forte sentimento de indignação diante da influência externa. Além do sentimento nacionalista que se aflorava, as condições de vida pioraram depois da guerra, gerando um ambiente de revolta. A partir dessa conjuntura, iniciaram os movimentos nacionais de libertação em nome da própria ideologia liberal. O processo de descolonização começara na África.


Referências Bibliográficas

ABRIL, Almanaque, 2008.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 2006.

http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/historia/12primguerrmund.htm